«60 revolutions per minute, this is my regular speed, so how do you want me to live with it? How do you want me to live with it? Without ringing all alarms! Without overthrowing czars! Without emptying the bars! Without screwing with your charts!

I'm gathering new generation that's gonna stand up to it, to this karaoke, karaoke dictatorship. Where posers and models with guitars boogie to the shit for beats. I make a better rock revolution alone with my dick!»

terça-feira, 9 de março de 2010

«Não há lugar! Não há lugar!»

"O Chapeleiro abriu muito os olhos ao ouvir isto; mas só disse:
- Porque é que um corvo se parece com uma escrivaninha?
- (...) Acho que sei adivinhar essa.
- Tu queres dizer que pensas que és capaz de descobrir a resposta a esta adivinha? - disse a Lebre de Março.
- É exactamente isso - respodeu Alice.
- Então deves dizer o que queres dizer - continuou a Lebre de Março.
- Eu digo o que quero dizer - respondeu muito depressa Alice -, pelo menos... pelo menos... quero dizer aquilo que digo, o que vai dar tudo ao mesmo, sabes?
- Não vai nada dar ao mesmo! - disse o Chapeleiro. - É como se estivesses a dizer que «eu estou a ver aquilo que como» é o mesmo que «eu como aquilo que estou a ver»!
- E é também como se dissesses - acrescentou a Lebre de Março - que «eu gosto daquilo que tenho» é a mesma coisa do que «eu tenho aquilo que gosto»!
- Também podias afirmar... - disse o Arganaz, que parecia estar a sonhar alto - que «eu respiro enquanto durmo» é a mesma coisa do que «eu durmo enquanto respiro»! (...)
- Já sabes responder à adivinha? - perguntou o Chapeleiro, voltando-se outra vez para Alice.
- Não, eu desisto - respondeu Alice. - Qual é a resposta?
- Não faço a mais pequena ideia - disse o Chapeleiro
- Eu também não - disse a Lebre de Março.
Alice suspirou, aborrecida.
- Acho que vocês podiam aproveitar melhor o tempo do que andar aí a gastá-lo em adivinhas sem respostas.
- Se conhecesses o Tempo tão bem como eu - disse o Chapeleiro, - não falavas nesse tom. O Tempo não é uma coisa qualquer, é uma pessoa de respeito. (...) Ora, se tu conseguires estar em boas relações com o Tempo, ele deixa fazer ao relógio quase tudo o que tu quiseres. Por exemplo, supõe que eram nove horas da manhã, mesmo horas de começarem as aulas: bastaria fazeres um sinal ao Tempo e o ponteiro do relógio daria uma série de voltas num abrir e fechar de olhos: uma e meia, hora do almoço!
(«Quem me dera que fosse verdade», disse para consigo a Lebre de Março, num murmúrio.)"

Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol

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