«60 revolutions per minute, this is my regular speed, so how do you want me to live with it? How do you want me to live with it? Without ringing all alarms! Without overthrowing czars! Without emptying the bars! Without screwing with your charts!

I'm gathering new generation that's gonna stand up to it, to this karaoke, karaoke dictatorship. Where posers and models with guitars boogie to the shit for beats. I make a better rock revolution alone with my dick!»

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Tem estado frio

No Domingo esteve frio. Então, fiz um bolo de chocolate. Não sei lá muito bem como, mas ficou bom. Na segunda-feira também esteve frio. Então, comi castanhas assadas no Chiado ao fim da tarde. Estava de regresso a casa, no metro, e comecei a olhar para as pessoas. É fantástico. Todos fazem de conta que estão sozinhos. Mesmo que algum estranho se sente coladinho. Mesmo que alguém se sente em frente, a olhar fixamente. Mesmo que passe alguém a pedir cantadamente a bondade de o auxiliar. Mesmo que se esteja na hora de ponta. São, somos, todos uns tímidos. Ok, se o metro parar abruptamente há sempre um 'ah.. que se passa?'. Também há, por vezes, uma troca de olhares cúmplices aquando de alguma manifestação mais ruidosa e despreocupada. Mais em geral, é óptimo para quem é tímido.

Eu já estava a dormitar mas abri os olhos e comecei a olhar para as pessoas. Em frente a mim, estava uma senhora com o cabelo apanhado que, discretamente, olhava com curiosidade para as minhas unhas pintadas de azul. 'Esta juventudo tem com cada uma', ou 'Olha que boa ideia', sabe-se lá o que ia na cabeça dela. No banco do outro lado, estava um senhor de fato, com sua pasta pousada no chão, óculos sobre o nariz, jornal aberto nas mãos. Ar de importante. Ar cansado. Ao seu lado, ia uma senhora de cabelo grisalho, mas esticado e pelos ombros. Vaidade. Ia concentrada a ler ou a fazer palavras cruzadas ou sudoku, não sei. E havia muito mais pessoas sentadas adiante. Olhar indecifrável. Dormitei outra vez. Pensei. As pessoas não são assim tão diferentes. Eu acho isso estranhíssimo. Ali estávamos todos, quietos, calados grande parte do tempo, a caminho, cada um do seu destino. Abri os olhos e olhei para o senhor de fato. Olhei para a senhora à minha frente. Olhei para as pessoas mais adiante. De olhar indecifrável. Não estranho a felicidade. Acho sim, estranho, arranjarmos maneiras tão parecidas e fáceis de viver a vida e ser 'felizes'. Felizes, com ou sem aspas. Será que aquelas pessoas são mesmo aquilo que sempre quiseram ser? Sempre me questionei onde acaba o sonho e começa a 'função de viver'.


Ainda estava frio quando voltei dos 60 minutos de bc, mas assaram um chouriço. :D

3 comentários:

  1. Vale mesmo a pena ler-te :)
    Adorei o pensamento que aqui deixaste para partilhar connosco *

    ResponderEliminar
  2. também já me questionei sobre a vida das pessoas que encontro nometro, na rua, do outro lado das janelas dos predios por que passo... mas quando evoco esses mesmos pensamentos só me é dado a ouvir "pah, és mesmo cusca!".´já sei que não é assim tão mau xD

    ResponderEliminar